domingo, 17 de junho de 2007

RAP DE SAIA NO JORNAL DO BRASIL


Salve, Salve!!! Somos capa!!!!
Na edição de domingo (4.02.07) do Jornal do Brasil, rolou uma matéria de Capa com algumas das meninas do documentário Rap de Saia. A matéria faz um paralelo entre o real e o fictício no rap feminino.



Matéria:Trabalhar, estudar, cuidar da família, enfrentar o preconceito dos manos e ainda arranjar tempo para criar e cantar rimas inteligentes não é batalha exclusiva das protagonistas do filme Antônia , da diretora Tata Amaral, que estréia no próximo dia 9. Na cena de rap underground do Rio, dezenas de "antonias" conhecem bem as agruras pela qual as rappers Preta (Negra Li), Nayah (Quelynah), Lena (Cindy Mendes) e Babarah (Leilah Moreno) – personagens do filme e da minissérie harmônima exibida pela globo – passam até conseguirem brilhar no palco. Caso das MCs fluminenses Edd Wheeler, Queen Odara, Hannah Lima e Re.Fem, que compartilham trajetórias bem parecidas com as garotas paulistanas da Vila Brasilândia. E também não deixam de fazer críticas á forma como certos temas são retratados.



Veterana no movimento hip-hop, a Mc Edd Wheller, de 35 anos, fez parte do Damas do rap – grupo de garotas rimadoras que alcançou certa notoriedade na década de 90. A cantora acaba de se formar no curso de Direito na faculdade Veiga de Almeida para poder "aumentar o poder de crítica e ampliar a noção de correto até nas letras".



-È muito difícil dar início a um segmento, como é o caso das mulheres no rap. A maioria das garotas fazem backing vocal para os MCs – explica Edd, nascida Edwiges Luiza Tomaz dos santos e criada na região de Nilópolis. Para ela, as "Antônias" da ficção ficam devendo em atitude.



Outro dia assisti a uma entrevista das quatro no Serginho Groisman e fiquei decepcionada. A Margareth Menezes que também participava do programa tinha mais atitude de mulher negra de espírito combativo e engajado no rap, que é o que as "Antônias" se propõe a fazer, do que próprias meninas.



As MCs Janaina Oliveira, a Re.Fem (sigla para revolta feminina), e Christiane de Andrade, a Queen Odara, dirigiram o documentário Rap de saia, que é um mapa das vozes femininas do rap em todo o estado do Rio. Em suas andanças, descobriram pelo menos 36 talentos da rima.



O filme é um retrato glamourizado da nossa realidade, mas tem seu valor. Já a minissérie se perde nos clichês femininos. O intuito do nosso documentário foi mostrar que existem altos e baixos, mas toda mulher de talento deve mostrar sua cara e não ficar apenas atrás de um MC, esperando aprovação e pedindo licença – diz Queen Odara.



Para a bela Hannah Lima que tem como musa inspiradora a americana Mary J. Blidge, o maior problema enfrentando pelas garotas boas rimas é ter sua sensualidade mal-interpretada.



Uma rapper carrancuda e com trejeitos masculinos é aceita com mais facilidade no meio hip-hop do que uma menina bonita e que canta bem – opina a moça, que nasceu na barra e define seu estilo como "soul brasileiro", Hannah fez participações como backing vocal nos discos de MV Bill e Black Alien e gravou dois álbuns: Intuitiva (independente) e Zona de transição (Coqueiro Verde).



Antônia tem um valor enorme porque mostrou ao público que existe um universo de rap feminino no Brasil. Os mais puristas criticam certos clichês, mas é muito bom ver que até o tiozinho da padaria agora sabe que tem meninas que cantam rap.



Por: Dolores Orosco

Fotografia: Deisi Rezende

Fonte: Jornal do Brasil e LUB

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